sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Olhar


Olhou-a nos olhos. Como, como poderiam ser ditas tantas coisas em apenas um olhar? Por alguns segundos a sua atenção foi voltada para aqueles olhos. Olhos castanhos, escuros, penetrantes. Sentiu ter todas as respostas só de encontrá-lo com os seus. Jamais poderia descrever aquele sentimento, aquela doçura, aquele amor. Olhos tão densos, hipnotizantes. Ele estava perdido, perdido nos cantos daquele olhar, que puxava-o cada vez mais para o fundo.
E ele sequer lutava.
Perdido, naquela imensidão castanha. Perdido e sem querer achar a saída. Ficou ali, encolheu-se, adotou o olhar como um feto adota o útero.
Mas era preciso acordar.
Ele realmente não queria. Gostaria de ficar ali, gostava da sensação.
Era preciso acordar.
E enfim, ele acordou. Suado, trêmulo. Olhou para o lado, acalmou-se. A dona do olhar estava ali, ao lado dele. Seus belos e castanhos olhos estavam fechados e ela respirava lentamente. Sorriu consigo e abraçou-a.
Viver era bom naqueles dias.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Essência

Abriu o caderno. Seus lábios ficaram entreabertos por alguns segundos. Estava tudo lá, todas as mentiras, segredos, tudo o que sua mente havia guardado por longos duros anos. A sua essência, ou talvez a parte mais fétida dela, estava descrita em pequenas e cortantes palavras. Levantou o olhar, o sorriso da pessoa que o entregara era nauseante. Tão nauseante que o fez fechar o livro com força e raiva e também fez apagar o sorriso nos lábios do outro.
'Não gostou?'
'É horrível, nojento, assustador... é, é...'
'É você. Esse é o problema. Seus espelhos estão manchados e a sua vida reduzida a um buscar de prazeres mundanos e bacanais medíocres. De repente não há nada bom e todo o resto se resume a isso. Essa é a sua essência, e não é assim porque você é de fato uma pessoa ruim. Essa essência é sua porque você se resumiu a ela'
Antônito. Lágrimas escorriam por seu rosto. Era cruel demais, poderiam xingá-lo, batê-lo, humilhá-lo. Mas nada iria doer mais do que o vislumbre de sua própria essência.
Saiu pelos cantos, agarrando-se a memórias, tentando reparar seus erros, atenuar seus defeitos. Aquela era a sua essência e já era tão sua que em pouco tempo, pouco, pouco tempo, já voltara aos antigos costumes.
Porque a nossa essência é nossa, sempre o será. E quando notarmos sua realidade será quando menos poderemos mudá-la.








A uma taça feita de um crânio humano PDF Imprimir E-mail
Escrito por Lord Byron

A Uma Taça Feita de Um Crânio Humano
Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.
Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais val guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
- Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.

E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor aí repousa?
É bom fugindo à podridão do lodo
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...


Lord Byron (tradução de Castro Alves)



»E não, esse poema não é a essência.

Can you feel the love tonight?

Não tenho muitas palavras, apenas o título:


domingo, 21 de setembro de 2008

E mais um dia...

Eu sei, andei me descuidando de um blog que até estava indo bem. O problema foi a seca sabe? De repente eu não tinha mais idéia sobre qualquer coisa relacionada a esse meu cantinho. Minha semana tem sido cheia, sequer tenho tempo de descansar.
Várias coisas aconteceram durante esse tempo sem postagens. A que merece mais atenção é a morte de um professor meu. Seu nome era Paulo Rubens e eu quase reprovei na matéria dele. Ok, isso seria motivo para eu não gostar dele, mas ele era tão engraçado! Foi um choque saber do acontecido e eu realmente sinto muito, por todos os familiares e amigos.
Fora isso, nada de "especial" tem acontecido comigo. E eu realmente não tenho muito o que comentar sobre qualquer coisa.
Então provavelmente eu vou postar aqui coisas interessantes e bobas, como vídeos!

sábado, 6 de setembro de 2008

Só pra constar

Final de semana passado foi, digamos assim, um tanto 'forte'. Eu tentei várias vezes juntar algumas palavras e postar algo do fundo da minha alma ou pelo menosum pouco perto disso. Porém, não consegui. Na verdade estou escrevendo aqui só para não ficar uma semana inteira sem fazê-lo. Espero mais tarde conseguir postar algo mais interessante (provavelmente deve estar naquela parte de postagens salvas).
Para não começar a encher muita linguiça com recheio de segunda, vou colocar um vídeo (e isso não seria enchimento?).




Gosto do cantor, da música e quero muito ir para o show dele.

E a letra, só para você cantar!

Eu Te Devoro
Djavan

Composição: Djavan

Teus sinais
Me confundem
Da cabeça aos pés
Mas por dentro
Eu te devoro,
Teu olhar
Não me diz exato
Quem tu és
Mesmo assim
Eu te devoro...

Te devoraria
A qualquer preço,
Porque te ignoro,
Te conheço,
Quando chove ou
Quando faz frio,
Noutro plano
Te devoraria
Tal Caetano
A Leonardo DiCaprio...

É um milagre,
Tudo que Deus criou
Pensando em você,
Fez a via-láctea
Fez os Dinossauros,
Sem pensar em nada
Fez a minha vida
E te deu,
Sem contar os dias
Que me faz morrer,
Sem saber de ti
Jogado à Solidão,
Mas se quer saber
Se eu quero outra vida
Não! Não!

(Repetir a letra)

Eu quero mesmo é viver
Pra esperar, esperar
Devorar você...(2x)

Viver, viver
Pra esperar você,
Quero viver
Pra esperar você,
Quero esperar você...