sábado, 31 de outubro de 2009

Sobre as coisas que mar traz

Aqui, sentada na varanda da minha casa de praia, vejo o tempo passar. Lento, tedioso, levemente frio. Já é noite e as ruas do condomínio estão escuras. Ouço os grilos e a tv lá longe. Lembro-me de horas mais cedo, quando sozinha encarei o mar e me concentrei em seus sons. O som do vento forte a bagunçar os meus cabelos, o som das ondas quebrando... e nada mais. Nada mais além da sensação da areia molhada entre os dedos, o catar das conchinhas, e mais sons e mais pensamentos. Na verdade, não pensei em algo fixo. Deixei-me levar por aquela calma que só o mar e a serra têm. Falando em serra, essa pessoa afetada que vos fala ausentar-se-á após o vestibular da federal. Vai para a serra, passar alguns dias, pelas contas uns dez ou menos. Vai relaxar enquanto vê o lago, sente o cheiro doce do ar puro, colhe flores e pensa sobre os acontecimentos e sensações não só do ano mas de todos os 17 já vividos. A pretensão de escrever um 'diário de bordo' é grande. Afinal, como a queria Simone, essa pessoa afetada anseia em traduzir suas sensações do mundo em palavras, postas em um livro e passadas de geração para geração. Ah, escrever. Posso não ser a melhor, ou sequer chegar a posição de 'boa', mas as vezes as palavras palpitam em minha mente. Como na última quinta-feira, quando uma carta começou a ser ditada pelas vozes e eu tive que escrevê-la, ainda que tão tarde da noite. Escrever é tão bom. Tão deliciosamente preenchedor. Escrever e ler são duas das atividades que preencheram o meu interior durante tantos anos. Livros como: Eva Luna (possível nome artístico), Sophia, Asas Partidas, Memórias de uma moça bem-comportada... estes poucos e muitos outros títulos, mudaram um pouco essa pessoa e a fizeram pensar em como escrever o próprio, como traduzir tudo aquilo que é dito pelas vozes, como traduzir o vazio e o amor que tanto lutam dentro dela. E é assim, sentada na varanda, sentindo o vento e o son agudo de uns poucos morcegos, que essa pessoa afetada pensa na serra. Ah, a doce serra... local tão mágico e tão místico. Visitar o túmulo da avó, dedicar-lhe flores e carinhos daquela que foi a MELHOR avó do mundo. Aquela que a chamava de 'neta de dois corações', que dizia ter orgulho de uma neta tão estudiosa, aquela mesma que tão fraca ficou em seus últimos dias. É assim... que ela pensa. Em chegar, ser recebida com o carinho dos parentes distantes, comer daquela comida caseira tão gostosa. Saborear o café no clima que só a serra tem, pensar na vida e escrever sobre a mesma. Afastar de tudo, fazer um verdadeiro retiro espiritual, tentar acalmar-se e reorganizar todos os fatos, traçar metas e planos, recarregar para o ano que logo, logo virá. Tantas coisas novas, tantos desafios, toda uma vida a ser construída e vivida. É preciso pensar muito, pensar sobre o hoje e ontem, esquecer de uma vez aquelas pessoas que tanto machucaram-me. Lembrar daquelas que andei esquecendo e tantas outras coisas.Sabem, agora não tenho mais vontade de parar de escrever. Vontade de deixar meus dedos tomarem conta de mim e dançarem no teclado. Falando em dança, o espetáculo está próximo. Está ficando lindo e a cada novo ensaio meu coração se enche com algo tão puro e belo que um sorriso brota em meu rosto. Dançaremos dança indiana! E também a dança do ventre clássica. Contaremos a história dos ciganos, como os mesmos se dispersaram da índia e vieram parar aqui, no nordeste. Mais uma vez meu coração palpitará forte, não conseguirei comer direito... e esse ano é especial, sabem? Entre tantos na plateia, um a quem meu coração pertence estará e isso me faz querer dançar da forma mais bela e sublime.E é assim... sem querer terminar, que eu termino esse post. Vou ouvir mais músicas, pensar em textos, lembrar de fatos. Ou apenas me distrair jogando Popmundo.
Uma boa noite, bom feriado.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Duas retas paralelas... que se encontram no infinito

Esse feriado tem sido, de certa forma, um pequeno processo de cura. Relaxamento. Sem me importar com amanhã ou depois, apenas sentindo a brisa que mar trás e deixando os pensamentos correrem assim... soltos,livres.
Não tenho muito o que falar, apenas calma de espírito, risadas, bobagens.
Um feliz dia das crianças para todos vocês :D

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mais um!

Hoje vai ser assim. Cheio de posts. De repente eu estou com crise de palavras. Sim, elas começam a brotar na minha mente e querem ser faladas ou escritas. Vão se empilhando, formando longas sentenças, histórias, conversas. Preciso colocá-las aquir, deixá-las tomar forma, vida e tudo o mais. Mas as vezes elas simplesmente param, e eu fico lá, sozinha e toda estranha.
Falando em escrever, uma atividade que tem tomado meu pouco tempo livre é escrever (Ooohhh!), na verdade escrever cartas. Sim, daquelas feitas com papel bonito e letra redonda, colocadas em um envelope e mandadas para algum lugar. Gosto de escrevê-las, caprichar na letra e escrever algo bobo e singelo. Tenho escrito-as para duas pessoas. Uma é o meu namorado, que acho que todo mundo já sacou que ele não mora na mesma cidade que eu. A outra é para uma amiga que o tempo não conseguiu levar. Conhecemo-nos pela internet e infelizmente é nela que a amizade continua, mas isso não a fez diminuir. Trocamos cartas e dividimos segredos e comentários sobre nossa rotina. Acreditem, poucas coisas no mundo são tão emocionantes como receber cartas. Abrí-las, lê-las, perceber a emoção. Ou será que vocês nunca ouviram falar na ciência que decifra caligrafias? Já ouviram falar em Linguística Forense? São coisas como essas que tornam as cartas mais emocionantes ainda. Sei que na era da informática e praticidade, escrever uma carta é algo penoso e chato. Mas tentem fazer isso, mesmo que para a pessoa do lado. Afinal, por mais que sejamos modernos acho que nunca deixaremos de gostar dessas coisinhas "velhas" que aquecem o coração.
Escrevam cartas crianças.
Mais uma vez tenho que terminar aqui, as vozes na minha cabeça silenciaram... hmmm acho que estou com fome.

Vestibulando

Acho que todo mundo já está cansado de saber que eu me encaixo nessa classe de sofredores e frustrados (vide ENEM) do nosso Brasil Baronil (ok de onde eu tirei isso?). Confesso ultimamente ter deixado de lado os estudos. Sei lá, as vezes as horas que deixamos de estudar são mais válidas do que aquelas em que estudamos. O vestibular é daqui a dois meses mas não se preucupem. Após o feriado esta pessoa afetada irá se transformar em uma verdadeira book warm . Não poderia ser diferente. Apesar da fama que o curso de Biologia tem de ser fácil de entrar... não devemos contar com a sorte, se contássemos o ENEM não teria sido anulado.
Falando nisso...
Só poderia ser no Brasil mesmo. O MEC do nada decide que o ENEM será o novo vestibular, federais aceitam, professores correm para dar o conteúdo a tempo, alunos tentam se atualizar e se conter para não fazer uma redação que fira (é assim que conjuga?) os direitos humanos e blá blá blá. Aí chega na ante-véspera (foda-se a nova ortografia) pra CANCELAR? Porque algum idiota roubou a prova? E pior, ler a prova e perceber que a mesma contém ERROS! Claro que é humano errar, mas em uma prova que deveria ser o novo vestibular, deveria filtrar excelentes alunos e outros blá, isso é INADMISSÍVEL! Podem ter certeza o quão frustrada fiquei. E olha que o ENEM para mim só conta como última nota no boletim, mas eu fico pensando naqueles outros alunos, os que receberam a notícia em julho ou agosto e tiveram que correr atrás do tempo! Ridículo. Não há outra palavra para descrever não só essa situação mas como a situação da educação em geral. Maaas fazer o que, mantendo as pessoas burras é muito mais fácil de controlá-las.
Pronto, vomitei tudo o que queria.
Voltando à programação normal...
Projetos e mais projetos fervilham nesta mente atormentada. Um scrap book para fechar com chave de ouro mais uma fase que termina, uma viagem com os amigos, o namorado vir me ver dançar no teatro e é claro, passar no vestibular.
Espero que eu possa terminar bem todos esses projetos (sou humilde tá?), podem ter certeza de que essa pesssoa atormentada vai melhorar e muito, mas acho que melhorar mesmo e de verdade... só com umas balinhas controladas que vendem lá na farmácia.
Sabem, apesar do teor melancólico, suicida e hiper-triste dos meus posts, a maioria das pessoas me conhece como uma pessoa engraçada. Mas acho que não sou lá muito boa para pôr isso no papel, sou mais daquelas comediantes que usam expressões (troco muito rápido e modifico tom de voz), pensei em colocar um vídeo, mas odeio me ver na telinha...
Vamos terminar por aqui antes que a coesão do texto se perca em ironia tautônica =P